segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Procura-se
 

"Era tarde, deixei a porta entreaberta na esperança de vê-lo entrar com aquele brilho nos olhos.
Pensando na cena, adormeci e nem vi o quão já estava tarde. Ao acordar, vi que a porta continuava como eu havia deixado, ninguém, além de mim, dentro daquela triste casa, nenhum barulho, nada fora do lugar, ele não havia voltado.
O espero a tanto tempo, tantos são os dias, as noites, as lágrimas.
Eu o espero pra almoçar junto comigo, sonho em tê-lo sobre o meu colo para que eu possa sentir os seus cabelos encaracolados entre os meus dedos... A noite, é o pior momento.
Fechar a porta é a resposta para as minhas dúvidas, ele não está em casa.
Os dias passam diante dos meus olhos rapidamente, e hoje? Hoje ele está completando dez anos,
três que eu não o vejo.
Como deve estar grande, esperto, bonito. Prefiro pensar que nesse momento ele está gargalhando e caminhando de volta para os meus braços.
Onde será que os seus pés estão pisando? será que tem se alimentado? que está vestido? que está vivo..." 

 
Pense no drama de uma mãe que há tempos não ver o seu filho. Que tranca as portas, mas tem o seu bem mais precioso pelas ruas sombrias e perigosas de uma cidade qualquer.
Imagine a esperança que a alimenta todos os dias, torcendo para o encontrar vivo.
Não importa onde, como ou com quem, ela o quer de volta custe o que custar.
Pense na dificuldade que esta sente para dormir, a insônia, a tristeza, a dor...
Pedófilos, drogas, furtos, roubos... Os riscos que o mundo oferece tem tirado a alegria de inúmeras mães, pais e familiares que, por injusta causa, perderam a alegria de viver nas mãos de um bandido.


MickaellyAraújo



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