terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Dias que vão e voltam.



Ela solta um risinho meio preso, forçado, na realidade, ela sente-se presa o tempo todo.
Presa a uma falsidade quase que obrigatória, presa aos comentários que não optaria ouvir e àquele cheiro de lembranças ruins.
Faria os dias voarem se pudesse, esqueceria tudo, não viveria quase nada.
Foram longos os dias, maiores ainda as noites, cada palavra descia e se alojava no estômago como pedra, pedra pesada, quase insuportável.
Sabe que não passou, mas a escuridão do seu quarto a guarda, protege de quase tudo.
As cicatrizes que marcam o seu coração ainda ardem e ela sabe que isso tudo é uma escolha, escolha de quem ama e precisa se submeter a determinados desafios.
Enquanto desabafa, chora e sabe que ninguém, além dela, entende tudo que acabara de escrever.


MickaellyAraújo

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Quebrando a rotina


Você pede um pouco de paciência, respira, aspira, inspira, prende o folêgo até não aguentar e recomeça o processo.
É assim mesmo, parece que vai explodir, o coração acelera de tanta raiva, 
você lê livros de auto-ajuda que não ajudam em absolutamente nada, aliás, até ajudam, prendem a sua atenção por dois ou três minutos, até que você lembra do mundo, das pessoas, da raiva absurda que tens sentido.
Que falta faz um colinho de amiga, isso você não vai conseguir agora, tá ocupada demais com as besteirinhas que passas o dia inteiro fazendo.
Ver televisão, bagunça, arruma, come, dorme, engorda... 60, 70, 75 dias assim.
Até que um pouco de rotina faz bem, controla os hábitos e até aproxima os amigos, quanto mais se comprime o tempo mais você lembra o que não podes e não queres esquecer.
Pois é, esses são os agravantes de férias prolongadas.
Mais 38 dias e tudo volta ao normal, ou não.

MickaellyAraújo
Um Beagle, ou Umbigo



Era fim de tarde quando fomos buscá-lo, 
todas as pesquisas indicavam que seria trabalhoso,
exigia paciência, mas arriscamos.
Compramos tudo, comida, produtos de higiene e alguns brinquedos.
A melhor hora foi quando o encontramos, o rabinho balançava como um abanador
quase não ouviamos os latidos de tão fraquinhos que ainda eram,
mas tivemos a certeza, acertamos em cheio quando decidimos que seria ele.


MickaellyAraújo